MISSÕES:
Os desafios da igreja frente ao século XXI
Com este tema, foi aberta mais uma Conferência Missionária
da ADGO, a de número XV. Um tema, sem dúvida alguma, atualíssimo,
pois grandes são os desafios que a igreja enfrenta em prol da obra
missionária.
Este
desafio é colocado para a igreja como um todo, e não como
deveria ser de fato, pois se a igreja sou Eu, e a igreja é você,
este título devia ser "o meu desafio frente ao século
XXI", mas o generalizamos para que a responsabilidade não
recaia sobre o meu ou seu ombro. Nos esquecemos que Deus vai cobrar de
cada um, individualmente, pelo desafio missionário: "Quando
eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não
o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho,
para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade,
mas o seu sangue, da tua mão o requererei." (Ezequiel 3.18)Nesses
quatro dias de conferência, o tema foi bastante comentado em todos
os estudos e sermões. A igreja hodierna foi comparada com a igreja
do primeiro século, sobretudo na área da unidade e finanças
- os maiores desafios da igreja frente ao século XXI.A unidade
da Igreja, o seu amor, a sua preocupação de uns para com
os outros, o suprimento da necessidade de cada um, o interesse no crescimento
e fortalecimento dos irmãos foram assuntos que nos permitiram,
através do livro dos atos dos apóstolos comparar a igreja
atual com a igreja primitiva e vimos como a mesma se desviou dos seus
princípios pois, na primeira, os irmãos "se dedicavam
ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do
pão e às orações, mantinham-se unidos e tinha
tudo em comum, todos os dias se reuniam no templo. Partiam o pão
em suas casas e juntos participavam das refeições com alegria
e sinceridade de coração. Louvando a Deus e tendo simpatia
de todo o povo" (Atos 2.42 a 47).As finanças
- o dinheiro que gira o mundo - foi um outro importante assunto comentado
na conferência. Este é um grande desafio para a nossa atualidade,
pois com o passar dos anos nos tornamos mais e mais apegados ao dinheiro,
nos preocupamos em demasia com o dia de amanhã, guardando em nossos
celeiros muito mais do que realmente iremos consumir, nos esquecendo que
Deus é quem supre as nossas necessidades: "Portanto eu lhes
digo: Não se preocupe com sua própria vida, quanto ao que
comer; nem com o seu próprio corpo, quanto ao que vestir. A vida
é mais importante do que a comida, e o corpo mais do que as roupas.Observem
os corvos: não semeiam nem colhem, não tem armazéns
nem celeiros, contudo Deus os alimenta. E vocês têm muito
mais valor do que as aves." (Lucas 12.22 a 24).
Fomos
confrontados nestes quatro dias a refletir sobre o que estamos fazendo,
cada um de nós como Igreja que somos, em prol do crescimento e
fortalecimento do reino de Deus. Vimos a miséria e a necessidade
de outros povos e pudemos sentir o quão precioso é para
os povos do terceiro mundo a presença de um missionário
levando não só o alimento para o corpo, mas, principalmente,
para a alma. Nos deparamos com cenas que muito nos comoveram pela total
miséria e fragilidade da vida humana em países onde a Palavra
de Deus não pode ser falada com a liberdade que temos aqui. Isto
nos levou a agradecer mais a Deus por nossas vidas aqui onde vivemos,
a agradecer pelos nossos filhos por terem uma expectativa de um futuro
bem melhor à frente. E sobretudo, pudemos confrontar a nós
mesmos pela nossa total falta de apego com a obra de Deus, por não
termos a mesma paixão que Cristo teve pela Igreja, não amarmos
ao nosso próximo como devíamos. Embora, muitas vezes, abramos
a boca e declaremos este amor, não contribuímos, não
oramos pela obra missionária como deveríamos. Esperamos
que essa conferência tenha mexido não só com o nosso
sentimento mas também com a nossa razão, pois com certeza
está nos faltando apego pela obra missionária. Podemos ver
essa falta de amor, de paixão pela obra missionária, comparando
o quanto contribuímos financeiramente para missões, para
o nosso guarda-roupa, a nossa sapateira ou mesmo para a nossa caixinha
de jóias. No filme "A Lista de Schindler", uma história
verídica sobre o holocausto do povo judeu, um alemão, que
muito fez para salvar os judeus, chorou ao ver que ainda tinha um pequeno
objeto de valor que não fora vendido, pois poderia salvar a vida
de mais alguns judeus. Com isto, aprendamos que precisamos contribuir,
orar, interceder mais por missões, para que não venhamos
a chorar como o personagem do filme, porque vidas não foram alcançadas
por nossa culpa. Não esqueça: A obra missionária
é um problema da Igreja e a Igreja é você. "Ide
por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for
batizado será salvo, mas quem não crer será condenado"
(Lucas 16.15). Amém!
Rosângela Nascimento de Mendonça